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O que é?

O autismo é uma perturbação neuropsicológica que afecta o funcionamento cerebral em diferentes áreas, sendo resultante de alterações no desenvolvimento do sistema nervoso, com início anterior ao nascimento. Os dados da investigação mais recente apontam para o facto de se tratar de uma perturbação difusa (ou seja, que não está circunscrita a nenhum local do cérebro em particular) e que, muito provavelmente, tem como causa uma alteração no funcionamento das estruturas celulares que facilitam a comunicação entre as diferentes áreas cerebrais.

A natureza e gravidade dos sintomas varia de caso para caso, tornando cada pessoa com autismo ao mesmo tempo única e especial, dentro do que tem necessariamente em comum com todos os que, como ela, têm uma perturbação semelhante. Atendendo a esta variabilidade sintomática, mais do que falar em “Autismo” faz sentido falar em “Perturbações do Espectro do Autismo”.

Diagnóstico de autismo

Sendo o autismo resultante de uma perturbação que ocorre durante o desenvolvimento embrionário, pode afirmar-se que se nasce autista. Ainda assim, não é possível fazer o diagnóstico pré-natal do autismo, nem este se manifesta por quaisquer traços físicos. O diagnóstico de autismo não é mesmo, geralmente, possível de se fazer nas primeiras semanas ou meses de vida. Só quando o aparecimento de determinadas competências esperadas acaba por não ocorrer, ou ocorre de forma parcial ou tardia, se começa a perfilar a possibilidade de diagnóstico de autismo. Exemplos destas são a fala, o controlo motor fino ou as competências de interacção social. A perturbação da interacção social do bebé é geralmente o primeiro sinal que alerta para a hipótese de diagnóstico de autismo, o qual, nos casos mais graves, pode chegar a ser identificado antes do ano de idade. Por vezes, ainda acontece que, após um período de desenvolvimento aparentemente normal, se verifica uma regressão nas competências adquiridas (nomeadamente na linguagem e na interacção social) e os sinais de autismo tornam-se então manifestos. Estes casos são, com frequência, os mais graves.

Manifestações clínicas do autismo

As pessoas com autismo têm uma marcada incapacidade de interpretação e, consequentemente, de entendimento do que as rodeia. Esta dificuldade de entendimento é sobretudo evidente quando se trata de entender a interacção social. Assim, as competências de socialização e de comunicação são algumas das funções mais afectadas. As pessoas com autismo têm grande dificuldade, ou mesmo incapacidade, de comunicar, tanto de forma verbal como não verbal. Muitos autistas não têm mesmo linguagem verbal. Noutros casos, o uso que fazem da linguagem é muito limitado e desadequado. No que respeita à comunicação não verbal, há uma marcada incapacidade na sua utilização ou, pelo menos, uma grande desadequação na expressão gestual e na mímica facial. Paralelamente, estas pessoas, têm uma grande dificuldade na interpretação da linguagem, que passa, nomeadamente, pela dificuldade na compreensão da entoação da voz e da mímica dos outros com quem se relacionam. A desadequação social é, a par das dificuldades de linguagem, outra das características nucleares do autismo. O termo autismo refere-se a isto mesmo, derivado da palavra grega autos (próprio) que traduz a ideia de “estar mergulhado em si próprio”. As crianças com autismo podem não reagir de forma a anteciparem os estímulos (v.g. não se defendem da mão que simula que lhes vai bater) e podem preferir brincar sozinhas.Outra particularidade comum no autismo é a insistência na repetição. Assim, as pessoas com autismo tendem a seguir rotinas, por vezes de forma extremamente rígida, ficando muito perturbadas quando qualquer acontecimento impede ou modifica essas rotinas. O balanceio do corpo, os gestos e sons repetitivos são comuns, sendo mais frequentes em situações de maior ansiedade.

 

(Texto da autoria do Prof. Doutor Carlos Nunes Filipe, Médico Psiquiatra da APPDA-Lisboa)

 

Sobre o Autismo

A APPDA-Lisboa, Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo, é uma instituição particular de solidariedade social, como tal registada em 20-08-2002 na Direção-Geral da Segurança Social (extrato publicado no DR n.º 218, III Série, de 20-09-2002).

Teve origem na primeira organização portuguesa dedicada ao autismo, a Associação Portuguesa para Proteção às Crianças Autistas, constituída em Lisboa com âmbito nacional em 16-03-1971.

A APPDA-Lisboa é membro fundador e está filiada no “Autisme-Europe” e, ao nível nacional, está filiada na CNIS, na CNOD e na CODEM. É igualmente membro do Conselho Municipal para a Inclusão das Pessoas com Deficiência.

A Associação tem por missão prestar serviços às pessoas com perturbações do desenvolvimento do espectro do autismo (PEA) e às pessoas com elas significativamente relacionadas, promovendo a defesa e o exercício dos respectivos direitos e a aquisição e melhoria de qualidade de vida.

A Associação tem por visão ser uma organização de referência no que respeita ao conhecimento do autismo e à qualidade dos serviços prestados às pessoas com PEA e às pessoas com elas significativamente relacionadas.

A Associação pauta a sua acção pelos valores da solidariedade, respeito pela dignidade das pessoas, não discriminação e inclusão, associativismo, espírito de missão e competência.

A Associação respeita e dissemina os princípios consagrados na ordem jurídica nacional, designadamente na Constituição, e na ordem jurídica internacional, nomeadamente na Carta dos Direitos das Pessoas com Autismo e na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que se referem aos direitos das pessoas com PEA e das pessoas com elas significativamente relacionadas.

A Associação tem como objectivos:

a) Promover a defesa e o exercício dos direitos das pessoas com PEA, colaborando com instituições congéneres, portuguesas ou estrangeiras, e com organizações ou instituições internacionais; 
b) Promover a valorização e a qualidade de vida das pessoas com PEA, nomeadamente através do acesso a diagnóstico e intervenção precoce, cuidados de saúde, educação pré-escolar e escolar, aprendizagem ao longo da vida, ocupação ou emprego adequados e residência condigna; 
c) Apoiar a investigação da etiologia, fenomenologia e terapêutica das perturbações do desenvolvimento do espectro do autismo, colaborando com as pessoas e instituições interessadas;

d) Dar apoio e formação aos pais e a outras pessoas significativamente relacionadas com pessoas com PEA;
e) Promover a consciencialização e o conhecimento das PEA, promovendo acções de sensibilização e de divulgação.

A prestação de serviços pela associação tem lugar através de:

-Clínica de diagnóstico, avaliação e acompanhamento aberta à comunidade
-Escola de ensino especial, que dá resposta a casos em que o ensino regular inclusivo não se revela resposta adequada
-Centro de Atividades Ocupacionais com capacidade para 60 pessoas
-Lares Residenciais para 37 pessoas
- Centro de recursos para a inclusão – equipa de técnicos que dá apoio a 14 agrupamentos escolares em Lisboa e concelhos limítrofes
-Ações de formação, sensibilização e apoio a profissionais e familiares

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